A senadora Ana Amélia (PP-RS) destacou, nesta segunda-feira (12), a
situação crítica das finanças da maior parte dos municípios brasileiros.
Ela explicou que a alta dívida das prefeituras teve origem na queda da
transferência federal via Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
- Para a maioria dos municípios brasileiros de até cinco mil
habitantes, a principal fonte de receita é o FPM, porque eles não têm
IPTU, não têm outros impostos, outra arrecadação, outra receita, a não
ser o Fundo de Participação – frisou a senadora.
Ana Amélia disse que as prefeituras estão adotando medidas drásticas
de corte de pessoal e de serviços em uma tentativa de pagarem as
dívidas. Segundo a senadora, se não houver uma ajuda imediata do governo
federal, 395 prefeitos no Rio Grande do Sul terão que deixar débitos
para o próximo mandato e se transformarem em "ficha suja" por não
cumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal.
- Nacionalmente, são três mil prefeitos que ficarão com a ficha suja,
não por sua culpa, mas simplesmente porque, no meio do jogo, houve uma
queda substancial da sua receita, provocada pelas medidas do governo
federal – ressaltou.
Ana Amélia alertou que a consequência dessa alta dívida será a queda
de serviços para a população. Ela informou que a Confederação Nacional
dos Municípios solicitou à ministra das Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, uma liberação emergencial de R$1,5 bilhão para minorar o
problema. Ela acrescentou que mais de mil prefeitos municipais irão se
mobilizar nesta quinta-feira (13), em Brasília, para tentar do governo
essa liberação emergencial.
- Na pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios com
cerca de dois mil prefeitos, 43,6% dos entrevistados prevêem que
fecharão o ano com contas pendentes sem verba em caixa – afirma.
Tomás Correia concordou que esse o problema ocorrer em todo o país e
ressaltou que o estado de Rondônia perdeu R$150 milhões em consequência
da desoneração tributaria para linhas de automóveis no ano de 2012. Ele
apontou a necessidade de o governo compensar tanto os municípios quanto
os estados, de forma emergencial.